Por que tantos segurados do INSS recorrem à Justiça?

Negativas e atrasos do INSS levam milhares de processos ao Judiciário. Saiba como funciona a RPV e por que ela se tornou central no pagamento dos atrasados.
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Previdência Social e o papel do INSS

A Previdência Social é a base da proteção social no Brasil. Criada para assegurar renda quando o trabalhador não pode mais exercer suas atividades (por idade, doença, invalidez, maternidade ou morte), ela está garantida na Constituição (art. 201) e detalhada pela Lei 8.213/1991.

Na prática, quem contribui ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS) passa a ter direito a benefícios como aposentadorias, pensões, auxílio por incapacidade, salário-maternidade e BPC/Loas. 

O INSS é o órgão responsável por analisar os pedidos, conceder e pagar esses benefícios.

O que significa judicializar o INSS?

Judicialização é quando o cidadão precisa acionar a Justiça para garantir um direito que o INSS negou, suspendeu ou demorou a analisar. O instituto aparece há anos entre os maiores litigantes do país. 

Em 2024 e 2025, relatórios do CNJ confirmaram a tendência: cerca de 1 em cada 4 ações previdenciárias foi encerrada por acordo, um avanço, mas ainda distante de resolver o problema da alta litigiosidade.

Por que tantas ações contra o INSS?

As causas são diversas:

  • Legislação complexa: o segurado depende de provas, documentos e laudos médicos técnicos.

  • Demora administrativa: mesmo com programas recentes, como o de Enfrentamento à Fila da Previdência (Lei 14.724/2023), falhas ainda persistem.

  • Atração da via judicial: nos Juizados Especiais Federais (JEFs), o processo é mais rápido e acessível, com limite de valor que incentiva o ajuizamento.

Da negativa ao crédito: o caminho até a RPV

O percurso costuma seguir etapas claras:

  1. Pedido administrativo feito ao INSS.

  2. Indeferimento ou demora excessiva.

  3. Ação judicial, geralmente no JEF.

  4. Sentença reconhecendo o direito e fixando atrasados.

  5. Pagamento: se o valor não passar de 60 salários mínimos, ocorre via RPV; se for maior, entra na fila dos precatórios.

Assim, a RPV do INSS se consolidou como peça chave no pagamento dos atrasados.

Como funciona a RPV do INSS?

  • O que é: Requisição de Pequeno Valor, destinada a débitos de até 60 salários mínimos quando a União é a devedora.

     

  • Prazo: pagamento em até 60 dias após a autuação no tribunal.

     

  • Correção: desde a EC 113/2021, aplica-se a SELIC.

     

  • Teto 2025: com o salário mínimo em R$ 1.518,00, o limite para RPV é R$ 91.080,00.

Exemplo prático

Maria, segurada que pediu pensão por morte, teve o benefício negado. Ganhou na Justiça e obteve R$ 55 mil em atrasados. Como o valor está abaixo do teto, o pagamento é feito por RPV e deve ser liberado em até 60 dias.

Esforços para reduzir a judicialização

Algumas medidas vêm tentando desafogar o sistema:

  • Acordos judiciais: já encerram cerca de 25% das ações.

  • Redução da fila administrativa: prazos de análise menores, embora ainda longe do ideal.

  • Integração Judiciário-INSS: mais agilidade na implantação de benefícios.

 

Boas práticas para segurados e advogados

  • Documentação consistente: relatórios médicos claros desde a DER fortalecem o pedido.

  • Planejamento do valor: causas que se enquadram em até 60 SM têm maior chance de pagamento rápido via RPV.

  • Considerar conciliação: pode encurtar o processo e evitar desgastes.

Perguntas frequentes

  1. O que é judicialização do INSS?
    É o grande número de ações judiciais para revisar ou implantar benefícios negados ou demorados.

  2. Qual a diferença entre RPV e precatório?
    O limite de valor: até 60 SM é RPV; acima, precatório.

  3. Quanto tempo leva para sair uma RPV?
    Até 60 dias da autuação no tribunal.

  4. Posso transformar um precatório em RPV?
    Só se o credor renunciar ao excedente, estratégia que deve ser avaliada com cuidado.

  5. Qual índice de atualização é usado?
    A taxa SELIC, conforme a EC 113/2021.

  6. Qual é o teto em 2025?
    R$ 91.080,00 (60 × R$ 1.518,00).

Conclusão

Em resumo, a judicialização do INSS é reflexo da busca dos segurados por seus direitos, diante de negativas ou atrasos. A RPV, por sua rapidez, virou protagonista na solução de muitos casos.

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